Rubiaceae

Rudgea gardenioides (Cham.) Müll.Arg.

LC

EOO:

560.829,745 Km2

AOO:

192,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), foi registrada nos estados Espírito Santo (Devecchi 98), Minas Gerais (Valente 500), Paraná (Silva 3920), Rio de Janeiro (Rosa 1003), Santa Catarina (Bresolin 1355), São Paulo (Barros 1937).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Patricia da Rosa
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até XX m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida por arapoca, pau-de-dóia, peroba-d'agua e corticeira-da-mata, foi coletada emFloresta Ciliar e/ou de Galeria, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) e Floresta Ombrófila Mista associadas a Mata Atlântica nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=491412 km², diversos registros depositados em coleções biológicas, inclusive com coletas realizadas recentemente, e ocorrência confirmada em Unidades de Conservação de proteção integral. A espécie ocorre em múltiplas fitofisionomias, de forma pouco comum na maior parte das localidades em que foi registrada. Não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua existência na natureza. Assim, R. gardenioides foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza.

Último avistamento: 2016
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Flora 59: 455. 1876. Nomes populares: arapoca, pau-de-dóia, peroba d'agua, corticeira-da-mata (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). De acordo com especialista botânico a espécie: 1 - apresenta uso (madeira, frutos, paisagismo, etc). R.: Não. ; 2 - ocorre em Unidades de Conservação. R.: Sim. Parque Nacional do Itatiaia (RJ), Parque Estadual do Desengano (RJ), Parque Nacional do Caparaó (ES/MG), Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (SP).; 3 - apresenta registros recentes, entre 2010-2018. R.: Sim; 4 - é uma espécie com distribuição ampla. R.: Não. ; 5 - possui amplitude de habitat. R.: Não. ; 6 - possui especificidade de habitat. R.: Sim. ; 7 - apresenta dados quantitativos sobre o tamanho populacional. R.: Não; 8 - em relação a frequência dos indivíduos na população. R.: Pouco comum; 9 - apresenta ameaças incidentes sobre suas populações. R.: A espécie é considerada por Zappi (2003) como vulnerável (VU) devido ao seu habitat estar sendo ocupado por atividades de agricultura e desenvolvimento urbano.; (Mario Gomes, com. pess. 06/11/2018).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Frequência: Pouco comum (Gomes, M. com. pess., 2008).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ciliar e/ou de Galeria, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore de 8 m de altura (Ceccantini 3224) que ocorre na Mata Atlântica, na Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).
Referências:
  1. Rudgea in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14254>. Acesso em: 13 Dez. 2018

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present,future national very high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Criado em 1985, o monitoramento feito pelo Atlas permite nesta edição quantificar o desmatamento acumulado em alguns Estados nos últimos 30 anos. O Paraná lidera este ranking, com 456.514 hectares desmatados, seguido por Minas Gerais (383.637 ha) e Santa Catarina (283.168 ha). O total consolidado de desmatamento identificado pelo Atlas desde a sua criação, que não incluiu alguns Estados em determinados períodos, chega a 1.887.596 hectares.
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2016. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2014-2015. Relatório Técnico, São Paulo.
  2. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future regional very high
No Brasil, a área original de Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária) ,era de aproximadamente 200.000 a 250.000 km², ocorrendo com maior intensidade nos Estados do Paraná (40%), Santa Catarina (31%), Rio Grande do Sul (25%), com manchas esparsas no sul de São Paulo (3%), internando-se até o sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro (1%). Esta formação vegetacional, típica da Região Sul do Brasil, abriga componentes arbóreos de elevado valor comercial,como a Araucaria angustifolia (pinheiro) e Ocotea porosa (imbuia), por isso esta floresta foi alvo de intenso processo de exploração predatório. Atualmente os remanescentes florestais não perfazem mais do que 1% da área original, e suas espécies arbóreas estão relacionadas na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. A Floresta Ombrófila Mista teve significativa importância no histórico de ocupação da Região Sul, não somente pela extensão territorial que ocupava, mas principalmente pelo valor econômico que representou durante quase um século. No entanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentos e queimadas, substituição da vegetação por pastagens, agricultura, reflorestamentos homogêneos com espécies exóticas e a ampliação das zonas urbanas no sul do Brasil, iniciados nos primeiros anos do século XX, provocaram uma dramática redução da área das florestas originais na região (Medeiros et al., 2005).
Referências:
  1. Medeiros, J.D., Savi, M.; Brito, B. F. A., 2005. Seleção de áreas para criação de Unidades de Conservação na Floresta Ombrófila Mista. Biotemas 18: 33-50
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future national very high
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões; Lino, 2003).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2003. Sutentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1 Annual & perennial non-timber crops habitat past,present,future national very high
Área largamente utilizada por atividades agropecuária, destacando o café no Estado do Espírito Santo e a cana-de-açúcar e pecuária no Rio de Janeiro (Lumbreras et al.,2004; Zoccal et al. 2006). No passado, a monocultura do café constituía a grande riqueza fluminense, influenciando o cultivo dos cafezais capixabas na região sul do estado. No entanto, erosão dos solos e a abolição da escravatura provocaram sua decadência, sendo substituído pelo plantio de cana-de-açúcar, principalmente na região norte-fluminense. Adicionalmente, o cultivo da cana-de açúcar, foi responsável pelo desaparecimento quase que completo das formações florestais (Fundação CIDE, 2001). A cana-de-açúcar, item mais expressivo da produção agrícola no fim do século XX, mantém-se como principal produto agrícola, com seu cultivo concentrado na região de Campos. Ainda hoje, o cultivo da cana e a produção do açúcar/álcool se posicionam com destaque na economia. No sul do Espírito Santo, o café continua sendo a principal atividade agrícola (SEAMA 2018).
Referências:
  1. Zoocal, R.; Assis, A.G.; Evangelista, S.R.M. 2006. Distribuição geográfica da pecuária leiteira no Brasil. Revista Política Agrícola. Publicação da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, n 4, 47-58.
  2. Lumbreras, JF.; Carvalho Filho, A.; Motta, P.E.F.; Palmeri, F. Calderano, S.B.; Baruqui, A.M.; Pereira, N.R. Naime, U.J.; Lemos, A.L. 2004. Macropedoambientes da Região Noroeste Fluminense - uma contribuição ao planejamento ambiental. Rio de Janeiro : Embrapa Solos,n 64, 21 p.
  3. Fundação CIDE - Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro. 2001. IQM Verde - Índice de Qualidade de Municípios.
  4. SEAMA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. 2018. Atlas da Mata Atlântica do Espírito Santo: 2007-2008/2012-2015. Sossai, m.F. (coord.). Cariacica, ES.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada em: Parque Nacional do Itatiaia (RJ), Parque Estadual do Desengano (RJ), Parque Nacional do Caparaó (ES/MG), Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (SP) (Gomes, M. com. pess., 2008).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.